Rui Costa Pimenta explica por que defende o fim do estado de Israel
"Quando reivindicamos o fim do Estado de Israel o que queremos é um outro tipo de organização estatal, não a extinção dos judeus", diz ele
247 – O presidente do Partido da Causa Operária, Rui Costa Pimenta, publicou um longo texto no X (antigo Twitter), em que explicou por que defende o fim do estado de Israel. Segundo ele, tal estado é uma criação artificial e a raiz dos problemas atuais. Leia abaixo:
Por Rui Costa Pimenta, no X – A ignorância não é um problema grande. O grande problema é o ignorante que não é capaz de superar o seu desconhecimento e insiste no erro. Vamos dar uma contribuição para elevar o nível cultural da humanidade sobre a questão de Israel:
1) Estado não é a mesma coisa que povo. Estado é uma organização política, um aparelho especial dentro de uma determinada nação ou povo.
2) Quando reivindicamos o fim do Estado de Israel o que queremos é um outro tipo de organização estatal, não a extinção dos judeus. Um exemplo. Até 1991, existiu um Estado chamado URSS. Ele desapareceu e deu lugar a outros estados como, por exemplo, a Federação Russa, a Ucrânia, a Bielorrússia etc. O povo parece-me não foi exterminado pelo fato do Estado ter desaparecido. Queremos um estado palestino plurinacional, laico e democrático para todos os habitantes da região, judeus e palestinos.
3) O Estado de Israel não é um fenômeno histórico. É uma criação artificial e foi fundado contra a vontade da maioria dos moradores daquela região em 1948, ou seja, tem 75 anos de idade.
4) O Estado de Israel não foi criado por pessoas que historicamente moravam naquela região. A maior parte dos judeus que o fundaram vieram da Europa pouco antes ou pouco depois da II Guerra Mundial. Não eram palestinos, eram europeus que ocuparam a terra dos palestinos com ampla ajuda militar e financeira do imperialismo.
5) O Estado de Israel foi criado sobre a base de uma feroz e sistemática limpeza étnica da região, ou seja, de liquidação da população local, os palestinos. A população palestina que foi expulsa é maior do que a que ali reside atualmente. Essa expulsão foi conseguida através de um terrorismo sistemático com assassinatos, destruição de aldeias, bombas etc.
6) Os judeus que apoiaram este enorme crime não são todos os judeus, são uma parte de judeus conhecidos como sionistas, que defendem uma ideologia particular. Antes dos sionistas chegarem, judeus e palestinos viviam sem grandes atritos.
7) As tropas sionistas foram criadas treinadas como forças especiais pelos ingleses durante a II Guerra. Os sionistas foram apoiados tanto pelo imperialismo mundial como pelos "comunistas". Na guerra da formação do Estado de Israel, as armas foram fornecidas pela Checoslováquia, ou seja, por Stálin.
8) Depois da formação do Estado de Israel, os sionistas continuaram a limpeza étnica e foram roubando toda a terra da Palestina.
9) Toda essa atividade, digna dos nazistas alemães, foi encoberta com a exploração emocional do genocídio realizado pelo nazismo contra os judeus.
10) O povo palestino é o povo hoje mais martirizado do planeta. A reação do Hamas nesse sentido é perfeitamente compreensível e até mesmo moderada. O ódio aos judeus, que pagam o preço da política sionista, é a consequência natural de 75 anos de tortura de todo um povo.
11) Para entender melhor, responda a seguinte pergunta: se você brasileiro, de repente, visse o Brasil ser invadido por uma grande leva de europeus e esses europeus inventassem a história de que "deus" tinha prometido o Brasil para eles e começassem a matar brasileiros, a expulsá-los do seu próprio país, a matar e bombardear todo esse povo, qual seria a sua reação? Apoiaria os europeus? Proporia uma atitude pacífica? Não teria ódio? Acreditaria nesse história triste de que "deus" prometeu o seu país para outro povo? Ou resistiria de armas na mão?
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